25 de jan. de 2010

Propagandas bairristas

Uma das coisas boas de se morar em bairro, ou mesmo no interior são alguns eventos "folclóricos" simples que acontecem no dia-a-dia, que uma vida mais movimentada não permite desfrutar. Nesses dias do começo do ano, quando muita gente sai pra viajar, é possível desfrutar e relembrar algumas coisinhas:

Primeiramente, os vendedores ambulantes e suas propagandas fabulosas:

-A buzina do carrinho de picolé é um clássico, que surge meio oniricamente quebrando o silêncio e o marasmo nas tardes ensolaradas de verão.

-Clássicos de todos dias se tornaram também os carros de mercado e do gás com seus jingles bem produzidos: "quem tem o lacre azul do cachorrinho? pode confiar, é Liquigás!" Ou então: "Um multi mercado pertinho de você!" Entre outras.

-Tem um caminhão que passa e toca no auto-falante, com uma vozinha meio murrinha, que lembra o Tiririca: Iiiiiih óólhia a melanciiá... pra alegria da gurizada que sai correndo atrás.(No outro dia aprontaram com os vendedores: pediram pra parar e olhar. Quando iam saindo o motorista pediu se eles não iam comprar e os moleques responderam: mas tu falou que era só pra olhar!)

E outras pérolas, de feirantes e outros que aparecem do nada volta e meia.
Mas acredito que ficaram pra nostalgia alguns dos melhores:

-Antigamente passava um cara de a pé gritando meio fanho: Ooooolha a rapadura! Vassoura!

-Durante de um tempo circulou um ônibus/loja (que hoje em dia sumiu dessas bandas) que gritava pelos falantes o seguinte: Olha a rapadura!!!! Puxa-puxa!!!! Rapadura palha e de amendoim de Santo Antonio da Patrulha!

-Tinha um caminhão de gás que tocava uma musiquinha bem mais chata que o Pour Elise, que era meu terror na hora de acordar de manhã cedo, numa época que eu acordava perto das 8:00 pra ir trabalhar. Só de lembrar já irrita.

-Outro clássico que anda meio sumido: Olha aí minha senhora, o supermercado noordésti (esse era um senhor de cabelos longo e grisalho amarrado. Ele vinha com microfone numa moto ou numa kombi nos dias de chuva)... Boa tarde minha senhora, olha aí a senhora deixou cair sua chave (era interativo).

-Saudade também tenho dos colonos que davam umas "batidinhas" na parede da casa e gritavam ´ÓLHA A LÁRÁNJA!". A casa tremia com a delicadeza.

Enfim, pequenas alegrias diárias da vida bairrista.

Um comentário:

Le Daros disse...

Marcos, vc é o meu cronista favorito! Pode crer!
Abraços
Le