Talvez, para muitas pessoas, aquilo soasse como algo banal ou simplesmente como uma forma de tirar mais leite de uma vaca morta. Mas não para mim. “Free as a bird” tocou pela primeira vez no mundo às 10 horas daquela noite, e eu estava lá, embaixo das cobertas, num subúrbio de Londres, a alguns quilômetros de onde os caras tinham produzido aquela beleza. Eu amei a música de cara. A harmonia, a melodia, a letra, o fraseado da guitarra do George, os vocais, o arranjo. Tudo tinha a cara deles – e era muito pungente, muito tocante, muito belo. Até hoje, quando eu ouço aquela música, bate aquela dorzinha no peito – e me sinto quase que automaticamente teletransportado para aquele dia, aquela casa, aquele céu, aquele cheiro e aquela vida; uma vida que eu vivi dentro dessa, e que jamais será repetida.

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