3 de jun. de 2009

Os dois fiozinhos



Por mais certinha que a pessoa seja, chega um ponto que ela tem um disparate, ou precisa de uma válvula de escape pra voltar a sentir equilíbrio.
É como se dois fios desemcapados se encostassem, dando um curto circuito. Por conta disso, há pessoas que fazem inclusive grandes barbaridades: quanto maior a árvore...
Lembro de algumas situações inesquecíveis relacionadas a isso, da época da escola. Lembro também que nos primeiros anos eu tinha um ciclo: um ano andava com os mocinhos, no seguinte com os "bandidos". Por mais que sempre tenha gostado de estudar, talvez fosse uma reação subconsciente a conteúdos que jamais iriam ser usados, uma espécie de reação alérgica causada pelo mau uso do recurso tempo que o sistema educacional tosco impõe. Mas acredito que fosse mais pra restaurar o tal equilíbrio (mental, emocional).
Teve uma vez na quarta série que a professora, mais uma vez vendo-se incapaz de conter a algazarra da turba, soltou o clássico: "Quem não estiver satisfeito, pode se retirar". E eu peguei e fui. Outra feita, durante a hora de cantar o hino nacional, simplesmente achei que tinha o direito de pegar um monte de "carrapichos" e esfregar bem esfregadinho no cabelo de uma menina, só porque "deu na telha" fazer aquilo. Tadinha, só lembro da vice-diretora com uma tesoura podando os cabelos da guria (que já eram bem curtinhos) e me xingando de atravessado.
A verdade é que todos precisam de uma válvula de escape de vez em quando, seja pelo excesso de pressão ou pelo excesso de tédio.
Basta achar uma maneira sadia de fazer essa catarse. Coisa que não pensei no caso da menina, e que nunca tive a oportunidade de pedir desculpas. Desculpa, viu?

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