
Acompanhar a história da evolução das cidades é muito interessante. Em especial a recente história da cidade moderna. Gênios como Le Corbusier e tantos outros estiveram em um ponto da história que pouquíssimmos tiveram o privilégio e especialmente a oportunidade de participar. Se você olhar como eram as cidades antigas (antes do século 20) e como é uma Brasília por exemplo, a diferença é gritante: é um novo mundo, que ultrapassa a mera aparência, e se estende à estrutura (transportes, saneamento, eletricidade, entre outros) e a uma nova filosofia de vida.
Heróis como Le Corbusier nasceram em lugares onde não havia esgoto! Passa-se a entender a forte oposição e desejo de mudar que alimentava tal geração do início do século 20. Inspiração que chegou ao delírio, ao afirmar que cada nova geração destruiria tudo o que já fora construído e faria as coisas a seu modo.
Mas passado cerca de um século ou mais, comprova-se que muito foi teoria e especulação. Hoje existe a consciência de que há edificações que merecem serem mantidas, tanto pela história e por ainda serem úteis. Sem falar que é algo meio narcisista querer ver tudo com a sua cara.
Quero falar sobre a visão que tinham da cidade do futuro. Chegou a existir um movimento dentro do modernismo arquitetônico chamado Futurismo (o qual legou o visual que hoje é usado nas hidroelétricas) que levou as pessoas a sonharem um mundo dominado pelo conforto das máquinas (o desenho dos Jetsons é fruto disso). Mas não se concretizou, afinal quem sabe o futuro? Mas a tendência tecnológica se firmou, como hoje se comprova, tanto na parte boa quanto na ruim (desde meados dos anos 70 e 80 se percebeu que o excesso de poluição é catastrófico ao planeta e ao homem).
Hoje existe algo que tem adquirido mais destaque, o chamado "design ambiental" que parece que realmente veio para ficar. O resultado de uma cidade moderna - ou melhor, contemporânea - seria o equivalente a juntar a cidade fictícia dos Jetsons com um grande jardim botânico. E tudo indica que a coisa anda pra esse lado, visto toda a ênfase que está sendo dada à ecologia e à autosustentabilidade. Curitiba é um exemplo para o mundo de algumas iniciativas que deram certo já há um bom tempinho. Existe um bairro nestado americano da California que quando foi construído fez os investidores acharem que era coisa de doidão, mas hoje se vê que estavam mais que corretos: incorporados às construções e à vida diária das pessoas estão as árvores e hortas, de maneira muito feliz por sinal.
Sinais disso são notados em nossa vida diária por exemplo na crescente reciclagem de papel e iniciativas de incorporar elementos da natureza a favor do progresso, como reutilizar a água da chuva. Tudo isso acaba sendo incorporado naturalmente nas gerações futuras, o que trará um resultado muito bom às cidades.
E já que cidades não podem realmente ter um ponto final (do ponto de vista do urbanismo), o resultado irá sendo visto conforme for correndo o tempo, o que poderá gerar coisas muito interessantes de se acompanhar. Chega a ser incrível como na esfera global parece que o dito homem civilizado geralmente procurou opor sua obra em relação à natureza da qual ele faz parte e lhe causa bem estar, mas tudo indica que no que diz respeito ao urbanismo há uma luz no fim do túnel e não é um trem vindo.
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