25 de set. de 2009

Longas brasileiros de animação - parte 2

Naturalmente, as produções de animação no formato de longa-metragem acabam privilegiando o público infantil ou o núcleo familiar. O mesmo ocorre na animação brasileira, onde os infantis predominam. O que não significa que não possam ser curtidos por adultos, como hoje ocorre com os filmes de computação gráfica: muitas vezes trazem enredos e mensagens pra muito adulto não-chato respeitar.
Não há como falar da trajetória da animação brasileira sem falar em Maurício de Souza. O pai da Turma da Mônica, atualmente possui 10 longas produzidos. Ainda nos anos 80 lançou-se na produção de desenhos animados. Dois sucessos produzidos pela produtora de Maurício dessa época que gostaria de destacar foram "Turma da Mônica, A Princesa e o Robô" de 1983 e "Os Trapalhões no Rabo do Cometa" de 1985/6.
Depois de um hiato, havendo, claro, outras produções, como episódios para a TV, vieram sucessos como "Cinegibi" em 2004 e "Turma da Mônica, Uma Aventura no Tempo" em 2007, este último contando com uma produção de primeira qualidade, feita em parceria com outras produtoras de desenho animado.

Outro infantil que merece destaque é O Grilo Feliz. Walbercy Ribas, um animador de filmes publicitárioas comandou uma equipe de cerca de 70 pessoas, num total de 37 meses de trabalho. Na história, o vilão, chamado Maledeto, após invadir o povoado e oprimir seus pacíficos e felizes habitantes, quer destruir a floresta e se apossar do principal motivo de inspiração do Grilo: a Estrela Linda, a mais brilhante estrela do firmamento, confundida pelo tirano com um rico brilhante. Foi aos cinemas em 2001, e foi produzido na técnica 2D tradicional, um feito pequeno comparado ao que produz por exemplo o mercado americano, mas muito honroso: o diretor gastou ao todo 20 anos para ver o filme produzido e utilizou dinheior do próprio bolso. Esse ano, o grilo ganhou uma produção em 3d compatível com o elevado padrão internacional "O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes".

Outro longa, que foi aos cinemas em 2008 é "O Garoto Cósmico", segundo os produtores, uma aventura barroco-científica. O autor, Alê Abreu, tem um estilo que foge ao convencional dos longas, que possui geralmente o padrão Disney para 2D e Pixar/Dreamworks para o 3D. Levou cerca de 7 anos de produção, um total de 77 minutos, onde a marca mais interessante (além do normal, boa história, boa animação) é a sensibilidade do autor e seu traço simples, coisa um pouco inusitada de ser levada a uma grande produção, com tudo que tem direito, trilha sonora original, atores famosos para as vozes e exibição no grande circuito nacional. Na minha opinião, mostra mais da real faceta do estilo de animação brasileiro, estilisticamente muito rico e variado.

No próximo post, pretendo falar de algumas produções que estão por vir. Viva a animação nacional!

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