31 de ago. de 2009

Longas brasileiros de animação - parte 1

O momento do cinema da animação no Brasil nunca esteve tão bom, e apesar das dificuldades que ainda existem, tudo indica que a coisa ainda vai melhorar muito, é questão dos muitos fatores envolvidos irem se alinhando. Vou começar uma pequena série com alguns longametragens que foram realizados e também outros que estão por vir. Não tenho a intenção de apresentar uma pesquisa 100% precisa, mas dar um painel mais geral de alguns filmes legais que nossos cineastas já conseguiram realizar.

Há também curtas e séries, mas são um capítulo a parte. A formação de uma indústria brasileira de animação dá seus primeiros passos, e tem muitos desafios pela frente, entre os principais a distribuição e conseguir encarar as produções estrangeiras que desaguam com força e custo baixo.

Primeirão

Sinfonia Amazônica, de autoria de Anélio Lattini Filho, de 1953, é o primeiro filme longametragem de animação produzido no Brasil. Anélio produziu sozinho o filme, valendo-se muitas vezes de técnicas criadas por ele mesmo para contornar as dificuldades causadas pela falta de recusrsos da época. Foram mais de 500.000 desenhos(!) e levou 5 anos para ser produzido num ritmo forçado, que segundo parentes, foi o que veio a lhe causar probelmas de saúde que acabaram por vitimá-lo.
É uma história para o público infantil, que narra as aventuras de um indiozinho e seu boto, através de sete lendas folfclóricas amazônicas.Foi exibido no festival Animamundi 2009.


Piconzé
É legal aprender coisas novas, mesmo quando elas são antigas. Foi meu sentimento ao descobrir este achado: o primeiro longa de animação produzido inteiramente no Brasil: Piconzé, filme de 80 minutos lançado em 1973 (que pode ser assitido na íntegra aqui). Outro trabalho grandioso feito por poucas pessoas, no caso, um japonês naturalizado, que levou 6 anos pra ser concluído e contou com o auxílio de poucos profissionais de animação. Foi feito numa época muito mais difícil que hoje, com escassez de recursos (caros) e mão de obra (quase inexistente).
Piconzé traz a tradicional trama de um herói infantil que sai numa jornada para salvar a mocinha e enfrenta muitos perigos. Mas apresenta algumas surpresas interessantes, como "clipes" musicais abstratos. Tem muito de humor da época, mas que ainda é engraçado, especialmente o irreverente porco que acompanha o herói. Os cenários também são muito bem feitos e os personagens são tipicamente brasileiros. O roteiro é bem construído e a trama tem uma resolução que vai um pouco adiante do tradicional herói derrotando o bandido: aqui, após a primeira batalha, os heróis terão de se fortalecer para resistir à revanche dos vilões. Um início bem romântico pra esta arte no país, que vale a pena assistir (é bem no estilo dos longas de Disney, mas claro, tupininquim).

Boi Arruá

Esse sim, possui estilo bem nacional, parecido com as artes populares vistas em cordéis e artesanatos. É considerado o terceiro longa de animação nacional (então creio que a cronologia até agora está correta). Já fiz um post comentando ele aqui nesse blog.


Cassiopéia


Como este post tá falando dos pioneiros, não há como esquecer Cassiopéia, que é nada menos que o primeiro longa de animação feito totalmente em 3D no mundo, apesar de ter sido lançado após Toy Story. Contando com menos recusros e orçamento, foi totalmente feito na revolucionária técnica computadorizada, lá nos idos de 1992, usando computadores PC 486 DX2 66Mhz - que na época eram top de linha e são umas tartarugas pro padrão de hoje. Aqui tem mais detalhes.

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