21 de fev. de 2009

Postos do barulho


È impressionante a dimensão que o assunto das "badernas" nos postos de combustíveis vem tomando, em Caxias. É fato que morar perto de determinados postos se tornou complicado. O barulho, as demonstrações de potência sonora dos carros, os motoristas exibicionistas, tudo isso torna difícil a situação de quem mora próximo a região do evento. Por outro lado, é absolutamente normal que jovens (e marmanjos também) andem em bandos buscando diversão. O que chama a atenção é a crescente demonstração de falta de respeito de muitas dessas pessoas. Inclusive, a deseducação entre elas próprias. Várias fontes sonoras ligadas ao mesmo tempo tocando músicas diferentes geram apenas barulho. Ponto. È uma questão lógica. Constatar isso é apenas ver o que está na superfície. O problema, me parece, é a transformação dos valores básicos de convivência. Enquanto há alguns anos, os jovens em geral saíam para se encontrar em clubes e bares e compartilhar um lugar, uma música e um ambiente comum, agora, parece que a necessidade de auto-exposição do aparato carro-som se tornou o fato mais importante. Individualismo, egocentrismo, rivalidade, competição onde antes as palavras eram coletivismo, parceria, comunhão. È claro que não se pode generalizar. Nem todo mundo age assim. Muita gente, talvez até a maioria dos jovens ainda prefira o convívio social em lugares feitos para isso, ao invés da opção "posto". È que o barulho que isso gera, em todos os sentidos, não tem como passar despercebido.
Talvez, mais uma vez, fosse o caso de se pensar na origem do problema e aí, sempre acabamos caindo na mesma constatação: falta de educação - que gera valores tortos que gera comportamentos agressivos. Ou alguém vai me dizer que fazer a casa dos outros tremer e não deixar os moradores conversar ou ouvir o som do seu prosaico televisor não é uma agressão??

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