9 de mar. de 2008

E viva la revolución?!?

Uma das coisas mais interessantes de se morar no exterior por algum tempo, é dar-se conta do real valor das coisas e também de como a sua pátria é vista pelos demais povos. Na Europa em geral, latino-americanos são vistos como uma coisa só, um bando de gente pobre, festeira e ignorante, que vive em meio a florestas tropicais. È claro que isso não reflete a verdade. E é claro também que muitos europeus vão muito além (positivamente) dessa imagem estereotipada. No entanto, quando vemos uma figura caricata como Hugo Chávez se transformar num líder continental, é sinal de que a realidade não passa muito distante mesmo dessa imagem.
Neste recente episódio envolvendo Colombia, Equador e Venezuela foi possível mais uma vez fotografar a cara dos latinos: machões, prontos para um confronto armado, defendendo suas valorosas fronteiras...Qua,qua,qua!!! Será que alguém ainda se impressiona com esse tipo de postura? O que realmente deveria ser discutido é a defesa sistemática que Chávez e outros governantes de "paisecos" da América Central oferecem às tais FARCs. Ora, tal grupo que se auto-proclama "guerrilheiro" (o que para os românticos esquerdistas latinos os isenta de qualquer condenação) na verdade não passa de um bando de terroristas disfarçados que vivem à base de chantagem, extorsão e terror. Mas claro, como são "guerrilheiros" que defendem uma revolução socialista, tudo bem...tudo se justifica. Chávez, com sua "revolução bolivariana" apenas sustenta suas megalomanias e o apoio às FARCs por causa dos preços exorbitantes do petróleo - que lhe conferem "caixa" para apoiar qualquer iniciativa similar e subserviente a sua proposta "revolucionária". Felizmente, no Brasil, apesar de algumas facções radicais presentes aqui e alí, o bom senso e as regras universais da administração pública - apesar de todos os casos de corrupção e má gestão - estão levando o país para um ciclo positivo de desenvolvimento, cada vez mais distante de posturas "revolucionárias". Brasil, Argentina, Chile, Uruguai se separam mais e mais dos vizinhos do norte, e talvez, no futuro, tenhamos uma identidade clara e individualizada aos olhos do mundo. Finalmente, refletindo sobre essa questão, acabei por recordar das palavras de Caetano em "Podres Poderes": "Será que nunca faremos senão confirmar/a incompetência da América católica/que sempre precisará de ridículos tiranos?"
Será?

Um comentário:

Shirley Gibbons disse...

Leandro...
Obrigada pela visita.

Grande abraço!