24 de jan. de 2008

Ipiranga Insólita

Procuro ler toda semana o blog Taxitramas, e enquanto lia a crônica dessa semana, lembrei de uma situação engraçada envolvendo velocidade que ocorreu comigo há um tempo em Porto Alegre (o colega Cristian lembra, estávamos junto). De quebra, registro outra situação que também ocorreu nessa mesma rua, um ano depois.
Fomos prestar vestibular, e sabe como é, adolescente do interior tentando se ambientar no caos da cidade grande: saímos pra dar uma volta e íamos atravessar a avenida Ipiranga, mais ou menos próximo da redação do jornal Zero Hora. Quem conhece o lugar sabe que a Ipiranga é uma avenida larga, de duas pistas, separadas por uma larga vala (teria sido um rio um dia?). Ok, o sinal abriu para atravessarmos a dita avenida e notamos que as pessoas que estavam pacificamente ao nosso lado aguardando a abertura do sinal partiram em desabalada carreira. Ficamos ali, tentando entender o que se passava, e só entendemos quando chegamos ao outro lado do fosso e vimos a sinaleira fechando na nossa cara enquanto os outros tinham tido uma grande vitória e cruzado a segunda pista a tempo de ganhar alguns instantes de vantagem na guerra diária da sobrevivência, enquanto os caipiras aqui ficaram esperando o sinal abrir de novo. Coisa de bicho urbano. Teríamos perdido algo importante, sei lá, o próximo ciclo da evolução?
A outra situação bem mais bizarra presenciei em outro ponto da Ipiranga, dessa vez bem na frente da PUC. Depois de ter ido checar o local das provas, aguardávamos o ônibus, era cedo.
Surge um rapaz negro com sangue escorrendo pela cara, alguns curativos caindo, de mal fixados que estavam. O cara parecia que tava gostando daquilo. Ninguém olhava. Pra quê, imagino. Em cidade grande deve ser normal um homem andar com a cara sangrando... vai que é moda, deve ter clubes que promovem jantares com pessoas vestidas a caráter, lojas especializadas e tudo mais. Sei que eu e meu colega não pudemos deixar de reparar, coisa que o cara devia tar querendo. Quando entramos no ônibus, ele olha pra nós, ri estranho e solta: "TIVE UMA NOITE DO CACETE!".
Danado! Aprontou tanta que nem as enfermeiras se deram ao luxo de fazer um curativo decente no safado.


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2 comentários:

Anônimo disse...

ahahah, nunca visualizei algo tão nitidamente...
show de bola! e viva o bela vista de cada um de nós!

Cristian G. Moz disse...

que massa Marcao!!! lembro como hj do incidente da Ipiranga... muito legal.